A equipe econômica está pressionando o presidente Jair Bolsonaro para priorizar quais medidas serão atendidas dentro do orçamento planejado para 2022. Entre as propostas do chefe de Estado, estão a ampliação do Bolsa Família, reajuste no salário dos servidores públicos e realização de obras públicas. Bolsonaro também quer que haja uma reserva para possível implantação do voto impresso.
No entanto, o Ministério da Economia (ME) informou não haver espaço orçamentário para todas as solicitações. Isso porque, juntas, as medidas estourariam o teto de gastos previsto para o próximo ano. Sendo assim, o ministro Paulo Guedes quer que apenas parte das ações seja autorizada.
Reajuste no salário dos servidores pode ser protelado
Conforme apurações feitas pelo Jornal Folha de S. Paulo, um dos conselhos da equipe econômica é deixar que o reajuste no salário dos servidores seja feito depois. Os técnicos acreditam que, por essa ser uma despesa permanente, pode furar o teto de 2022 e dos anos seguintes. De acordo com eles, a medida é mais prejudicial do que possíveis investimentos.
O ME informou que, para cada 1% de reajuste, há um impacto de R$ 3 bilhões por ano. Isso indica que, para um reajuste de 5%, por exemplo, o gasto será de R$ 15 bilhões. O cálculo do Ministério da Economia prevê que as despesas obrigatórias irão comprometer grande parte do Orçamento para o ano que vem. Dessa forma, estima-se que o governo terá R$ 25 bilhões livre.
Ampliação do Bolsa Família também pode ser deixada de lado
Desde 2020, o governo Bolsonaro vem batendo na tecla de fazer uma ampliação do Bolsa Família. O objetivo é adicionar mais 300 mil beneficiários ao público atendido, além de aumentar o valor pago. De acordo com os cálculos, essa reformulação, que deve incluir a mudança de nome do programa, tenderá a custar em torno de R$ 18 bilhões ao ano.
Apesar de não ter sido pontuada como alvo do ministro Paulo Guedes, é possível que a ampliação do Bolsa Família sofra com as exigências da equipe econômica. Até porque o Ministério da Economia quer que o presidente priorize algumas medidas em detrimento de outras. No projeto feito pela mesma pasta, a proposta é de destinar verbas para recuperação de rodovias e outras obras.
Por enquanto, nada é certo e as decisões finais para o Orçamento de 2022 ainda serão tomadas. Segundo integrantes da equipe econômica, isso dependerá de qual será o teto de gastos do próximo ano. Só depois de definido o valor é que o governo poderá decidir como os recursos serão utilizados.